O TRAUMA COMO UM ACORDAR PARA UMA RESPONSABILIDADE ALTERITÁRIA

Edelyn Schweidson

A morte é convidada de honra, quando o inaceitável do desumano se banaliza em tantas dimensões.

No chamado a trabalhos conjuntos embasados em vínculos empáticos e no uso da razão crítica, chama-se a atenção ao seu contrário: a formação de massas hipnotizadas por líderes carismáticos que chamam à destruição do inimigo objetivo contra o qual são açuladas. Esse chamado à morte vem muitas vezes engalanado de ouropéis que ofuscam a razão e a põem fora de ação.

Um episódio traumático ocorrido em 2003 é abordado, por encontrar-se nele o mesmo chamado à morte hoje mais apanágio da direita no poder.

Tanto ali como no que acontece hoje, a morte é a convidada de honra.

Em tempos de desamparo, com o COVID-19 coagulando e escondendo ameaças ainda maiores à sobrevivência da espécie humana no planeta, vivemos algo da ordem do trauma, no que ele representa de confronto com a morte.

O vírus que ora tememos seria apenas um sintoma da exploração selvagem da Terra e de suas riquezas por aqueles que atentam contra a continuidade da vida. Fazendo uso da pandemia em seu efeito paralisante sobre as consciências, uma aceleração da destruição de florestas, mananciais, povos indígenas, aumenta a ameaça à sobrevivência da nossa espécie. Vivemos em tempos de discursos do ódio e fake news que visam destruir toda a confiança na busca da verdade. Com a consciência não amortecida pelo medo do vírus, perceberíamos com angústia maior o desmonte da saúde, da educação e da cultura, impedido o contraditório por seitas dominantes. Percebemos o fascínio mórbido do chefe que anestesia as consciências e massifica, a fim de dirigir as massas na direção apontada pelo ódio à diferença. Na identificação com o líder – e com os outros componentes da massa –, tornam-se acéfalos os indivíduos, projetados e alienados nele os seus Eus e Supereus. À mercê do chefe, com o ódio e os sentimentos persecutórios se tornando mais fortes do que o amor, os indivíduos massificados têm em comum a uni-los o inimigo objetivo (Arendt) apontado pelo chefe.

A solidão em que muitos nos encontramos, interrompido o convívio com os nossos mais próximos, às vezes sofrendo a perda de entes queridos, mais a constância do medo de contágio que nos faz sentir ameaçados mesmo por aqueles a quem mais estamos vinculados exacerbam fantasias persecutórias.

Nestes tempos, buscamos novas pontes com a vida, construindo significados que nos ajudem a atravessar este estado de exceção ao dotarem-no de um sentido de comunidade e esperança.

Em tempos de destruição, com a ameaça da morte nos assediando, faz-se difícil manter a esperança necessária para apostarmos em tempos mais humanos.

No trabalho clínico, aprendemos a usar ferramentas audiovisuais a fim de transpor a distância física e nos doarmos empáticos, acolhedores e de corpo presente, embora virtual, capazes de nos identificar com aqueles que, traumatizados, a nós se confiam. Assim trabalhamos para preservar e aprofundar os vínculos afetivos.

Além da clínica, e no intuito de criar uma comunidade virtual, nós, coordenadoras do seminário Psicanálise dos Vínculos na SPID, convocamos representantes de distintos saberes, religiões, arte e psicanálise a irrigar de esperança os nossos terrenos minados, e iniciamos essa série de diálogos plurais nos quais, citando Sérgio Besserman que, por sua vez, cita a sabedoria africana, buscamos plantar árvores que venham a dar sombra aos que vierem depois. Ao redor de uma mesa virtual nos unimos, empáticos com os traumatizados, a buscar elaborar possíveis soluções para as inquietações presentes, e a que uma palavra viva e germinadora circule entre todos, com o afeto e o pensamento crítico vinculando-nos e a um futuro a salvar das ruínas do presente.

Ao oposto da identificação mimética que ocorre quando da formação das massas, onde eu e supereu são alienados no chefe, nos unimos através dos sentimentos e de razão crítica, buscando a palavra fecundante – não aquela corrompida pelos negacionistas – que permite semear futuros. Seriam futuros com a face humana, e não aquele com a face hipocrática que os poderosos urdem.

Sérgio Besserman nos alertou sobre o abismo à beira do qual nos encontramos devido à crise climática ocultada pela preocupação com a pandemia, e seu alerta soa como uma convocação a pensarmos ações diante da ameaça iminente.

Nossas reuniões em volta desta mesa são uma proposta de nos colocarmos perante a emergência. Importa sermos uma convocatória a que nos unamos todos, e elaboremos redes de segurança para transpor o abismo. Psicanalistas, podemos contribuir se nos unimos a outros também concernidos com a sobrevivência da espécie humana.

Primo Levi sobreviveu a Auschwitz, experiência extrema de ser um ninguém, um trapo, votado a uma morte anônima. Nos seus escritos sobre o campo da morte, percebemos que o habitava a presença viva do vínculo amoroso primordial entre mãe e filho. Na véspera da partida para Auschwitz, encontram-se os prisioneiros reunidos, conhecedores da morte que os aguarda (PRIMO LEVI, 1986):

(…) as mães ficaram acordadas para com extremoso cuidado preparar a comida para a viagem, e banharam seus filhos e preparam as bagagens: e na madrugada a cerca de arame farpado estava coalhada de roupinhas das crianças, lavadas e penduradas ao vento para secarem (…) Diga, você não teria feito o mesmo? Se você e seus filhos fossem ser mortos amanhã, você não os teria alimentado hoje? (…)

Vivo no autor o vínculo amoroso primordial entre mãe e filho, ele pode perceber emocionado esta cena. Levi também nos interpela a adentrá-la com ele, a não passarmos indiferentes. Ele nos convoca a avivarmos nossos vínculos afetivos primordiais e a nos vincularmos com essas mães e seus filhos na véspera de suas mortes.

Primo Levi sobreviveu ao trauma da morte que era Auschwitz imbuído do sentido ético que deu à sua vida, dar voz aos que tinham sido emudecidos, os náufragos de Auschwitz, testemunhar e responsabilizar-se por eles. Mais: alertar sobre os campos da morte, e buscar impedir que se perpetuem.

R. J. Lifton, psicanalista que entrevistou sobreviventes de campos de concentração, Hiroshima, lavagens cerebrais na China maoísta e no Leste Europeu, escreve que, quando do trauma, encontro com a morte, há uma parte da consciência que fica anestesiada, como se tomada pela morte, e outra parte que sobrevive afirmando a vida, buscando elaborar o que aconteceu, endereçando-nos aos outros como se em uma missão ética de transmitir o que foi este encontro e a sua sobrevivência. Cada um tem sua medida do que pode em si “sobreviver” ao trauma, e o que sucumbe. Porém, haveria no próprio trauma um chamado a acordar e a dar sentido à experiência da morte, e à própria vida. Afirmamos a vida com um sentido que lhe damos: simbolizamos a luta contra a destruição, e a sobrevivência como um compromisso com os outros, alertando contra o retorno do trauma.

Quando um desejo de morte nos tem como alvo, seria a presença em nós dos vínculos afetivos primordiais que melhor nos protegeria. Sobreviventes com frequência relatam episódios de encontros com pessoas que os ajudaram, e demonstraram importar-se. Muitos dizem esses encontros terem sido fundamentais para a sua sobrevivência.

Em Freud, encontramos um exemplo de trauma sob a forma de um sonho traumático que despertou para a responsabilidade de uma transmissão. No capítulo VII de “A Interpretação dos Sonhos”, Freud (1900/1953) relata o sonho de um pai que, consumido pelas vigílias junto ao seu filho moribundo, retira-se para o quarto contíguo, deixando um senhor idoso a velar o jovem morto. Adormecendo, o pai sonha que seu filho se aproxima, o toma pelo braço, e lhe sussurra num queixume: “Pai, não vês que queimo?” (p. 509).

Esse sonho se dá no tempo em que uma vela, tendo caído no quarto ao lado, ameaçava incendiar o corpo do filho.

Freud discute as funções possíveis desse sonho. Por meio dele, o pai pode mais uma vez rever seu filho vivo; o incêndio que se iniciava teria sido percebido sensorialmente pelo pai e metaforicamente introduzido no sonho, a fim de prolongar o estado de sono. O sonho garantia ao pai um tempo a mais de sono, além de realizar seu desejo de que seu filho ainda estivesse vivo. Caruth (1996) comenta que o pai sonha, em vez de acordar, por não poder suportar, acordado, o conhecimento de que seu filho está morto. Freud indica que tal conhecimento só pode aparecer para o pai como um sonho ou ficção. O sonho paterno revela seu trauma como representando a relação do psiquismo com a realidade, o abismo intransponível entre a realidade da morte e o desejo, que só pode superá-lo pela ficção. Freud também sugere que o desejo de encontrar o filho ainda vivo estaria ligado a um outro desejo, mais profundo e enigmático: a consciência desejar sua própria suspensão. Algo da própria realidade nos levaria a dormir. Lacan (1964/1973) comenta que é de dentro do sonho que surge o que acorda o pai desejoso de continuar dormindo; as palavras do filho, “Pai, não vês que queimo?”, não se referem apenas ao incêndio externo, mas são sobretudo uma queixa pelo fato de o pai adormecido não acorrer – não ter acorrido – a tempo em socorro do filho.

A função do sonho traumático seria a de despertar do sono (ibid, 1973). O acordar do pai é uma resposta ao filho, mas também uma repetição traumática de um desencontro, baseado na impossibilidade de uma resposta apropriada por ocorrer demasiado tarde. Despertar, para Lacan, seria o lugar de um trauma, o da necessidade e da impossibilidade de se responder à morte de alguém. A sobrevivência do pai se liga à morte do filho, que ele testemunha, o que revelaria a relação ética do psiquismo para com o real: acordar, separar-se dos mortos, sobreviver, testemunhar por eles, transmitir aos outros esse despertar. Lacan sugere que a transmissão da psicanálise é um imperativo a que se desperte, imperativo este que se move entre uma repetição traumática e o peso ético de uma sobrevivência que pode transformar-se no imperativo de um testemunhar. O filho repetiria no sonho traumático uma queixa filial quanto à cegueira paterna, esse pai incapacitado para protegê-lo. O pai é um sobrevivente à morte do filho que o chama a despertar para o real impossível da sua morte a fim de testemunhá-la e transmiti-la. Esta seria a transmissão de uma responsabilidade para com nossos próximos: o inconsciente, cujo fundamento é ético, ao despertar do sonho traumático que nos consome, aponta para o que no real faz trauma e nos queima. Essa transmissão de uma responsabilidade para com os nossos próximos representaria o fato de nos vincularmos uns aos outros eticamente. Somos todos responsáveis por uma transmissão que nos vincula.

Há ocasiões em que o trauma de modo ainda mais evidente acorda para os vínculos solidários, à responsabilidade de uns pelos outros. Assim foi em fins de 2003, quando de um fórum mundial no Rio de Janeiro. Convidado de honra, um historiador paquistanês, ícone da esquerda, editor em chefe da New Left Review, diante de uma plateia de mais de 600 pessoas, muitos psicanalistas entre elas, justificou e promoveu a dizimação de populações civis pelo terrorismo semantizado positivamente como coragem, martírio, heroísmo e resistência a invasores. Impressionou a reação da plateia, na sua grande maioria mesmerizada pela oratória do palestrante, o que a levou a aplaudi-lo e a rir sem parar das tragédias apagadas em seus vestígios pelo discurso cômico. Por meio de citações espúrias, que imputavam o apoio ao terrorismo àqueles que são suas vítimas e, numa tradição ntissemita que não se apresenta como tal, o orador atribuiu as ideias de Hitler sobre os judeus a escritos ionistas, sobretudo aos de Herzl. Fabricava-se um tecido de mentiras não contestado senão por pequena minoria dos presentes.

A sedução que o orador exerceu sobre a plateia, fazendo-a regredir através de um riso contínuo provocado por um ridicularizar de figuras políticas americanas grotescas, e de todo o povo americano apresentado como absurdo em suas crendices, pouco a pouco levou à formação de massa: a grande maioria abdicou de seu pensamento crítico a fim de juntar-se aos demais no rirem fascinados pelas tiradas do orador. Na continuação, ele nos apresentou exemplos de coragem, citando a sua, ao lutar para impor uma capa para seu livro Bush na Babilônia, publicado nos Estados Unidos. Nela, ele exibe, há a fotomontagem de um menino iraquiano de aproximadamente dois anos de idade urinando sobre a cabeça de um soldado americano. Essa imagem capturou a plateia, imaginariamente identificada com o menino heroico, pequenino David a vencer Golias, através de um estratagema aparentemente anódino e cômico. Agindo como a anamorfose (LACAN, 1959), essa fotomontagem oculta (embora também revele a partir de um outro lugar) o que está em jogo: morte e destruição. Do mesmo modo que a beleza é o último bastião diante da morte e também seu disfarce (FREUD, 1913), a imagem do herói-menino mais potente que o soldado armado visa o esquecimento do real da morte, enquanto simultânea e sedutoramente nos arrasta para ela. Assim como no quadro “Os Embaixadores”, de Holbein (LACAN, 1959), vanitas esconde – e de certo ângulo revela – o fato de ser máscara mortuária, a imagem sedutora do jovem resistente cuja arma é seu falo e a “graça” atrevida do que faz, esconde (revela) a luta mortífera que está sendo louvada e proposta.

Pelo humor cruel (FREUD, 1905/1960), que desfaz dos outros gerando uma unanimidade diante dos assim inferiorizados, e através da fotomontagem, com sua captura imaginária que fascina e imobiliza no domínio do especular pré-simbólico, o orador seduzia uma unidade de massa em que discordâncias não mais pareciam toleráveis (LANDA, 2004). A seguir, Tarik Ali (nome do orador) falou dos homens-bomba e justificou-lhes as ações pela realidade da ocupação. Decorrência esperável da captura anterior da plateia por sua infantilização e por seu fascínio pelo espetáculo da violência apresentada sob forma de desafio infantil aos poderosos, não houve protestos. Adormecidas profundamente as consciências, nem houve quem abandonasse o recinto em protesto silencioso.

Entre os muitos comentários antissemitas, destaco a censura feita pelo orador aos judeus, por terem, segundo ele, se deixado levar como carneiros ao abatedouro, em vez de reagirem estourando-se ou/e a outros, como fazem os palestinos. Essa censura baseada no falseamento da verdade histórica, com o orador negando os levantes do Gueto de Varsóvia contra os nazistas, por exemplo, contradiz o que afirmou em outro momento de seu discurso: que os judeus estavam perfeitamente integrados na Europa pré-Segunda Guerra Mundial e que foram os sionistas a inventar a mentira de haver um povo judeu que sofria nas várias nações europeias.

O que surpreende e nos implica é o fato de um número grande de psicanalistas ter se deixado levar pelo orador. Uns poucos, judeus e não judeus, acordaram, retraumatizados por preconceitos reconhecidos, seja por experiências próprias, de familiares, seja pela história de perseguições do povo judeu, ou ainda pela solidariedade humana que impede o sono da consciência.

Geraram-se protestos e contestações, como um colóquio na UERJ e publicações. Consciências despertaram, testemunhos foram feitos.

Os que foram traumatizados não podem se permitir dormir: cabe-lhes a responsabilidade de testemunhar, transmitir, a fim que a história não se repita, e que não se deixem hipnotizar contra o luto e a dor necessária, a fim de poderem se responsabilizar por novos começos. Contra o apelo da massa e da ideologia simplificadora, Freud (1933/1964) propôs o domínio da razão, por saber que nos habitam pulsões destrutivas e que é fácil seguir a um líder que aponta a quem linchar. Assim como somos habitados por pulsões mortíferas, também há em nós o que pensa criticamente e exerce uma razão que pode ser enriquecida por dimensões inconscientes que permitem soluções criativas, mais complexas e difíceis que as da guerra e da destruição.

Psicanalistas não subsistem se massificados (LANDA, ibid.), ou respondendo a chamados a dessublimações repressivas, como os feitos por Tarik Ali. Conosco, ensinando-nos a resistir a tais chamados, estão tantos outros que, sobreviventes, testemunhas, transmissores de responsabilidade, nos ajudam a nomear o ininscritível, e nos chamam a vincular-nos afetivamente uns aos outros, o que nos fortalece no exercício da razão crítica e em juntos criarmos modos de sobreviver ao trauma, fazendo dele ocasião de acordar para um endereçamento que chame à responsabilidade de todos em evitar o retorno do trauma.

Os vínculos afetivos se diferenciam da identificação mimética, que consiste na acefalia dos seus componentes, alienados Eu e Supereu no chefe e na massa, por significarem nossa presença com os outros através dos laços afetivos e da razão crítica, que impedem o amortecimento das consciências. São os vínculos afetivos que melhor nos ajudam a sobreviver e a assumir a responsabilidade de uns pelos outros, e que dão um sentido à vida. Eles são fonte da esperança de haver quem nos escuta e responde. Assim como Levi, que apostou em ser ouvido e em dar um significado ao trauma, endereçando-se aos outros para testemunhar por aqueles cujas vozes foram emudecidas.

Nestes tempos traumáticos, a constituição de vínculos, que nossos encontros com palestrantes de distintos campos ilustram, visam contribuir para soluções para o futuro. Ao redor desta mesa, também afirmamos a psicanálise como fazendo parte de uma comunidade de saberes, todos buscando juntos soluções e modos de travessia para estes tempos.

Que possamos plantar árvores que proporcionem sombra às gerações futuras. Com esta esperança nos reunimos.

REFERÊNCIAS

CARUTH, C. Unclaimed experience. Maryland: The John Hopkins University, Press, 1996.

EINSTEIN, A.; FREUD, S. Why war? In: FREUD, S. The Standard Edition of the Complete Psychological Works of Sigmund Freud. London, 1933/1964. v. XXII

FREUD, S. A interpretação dos sonhos. In: The Standard Edition of the Complete Psychological of Sigmund Freud. London, 1900/1953.

FREUD, S. The jokes and their relation to the unconscious. In: The Standard Edition of the Complete Psychological of Sigmund Freud. London, 1905/1960. v. VII

FREUD, S. The theme of the three caskets. In: The Standard Edition of the Complete Psychological of Sigmund Freud. London: The Hogarth Press, 1913. v. XII

LACAN, J. Le Séminaire – Livre VII: l’ethique de la psychanalyse. Paris: Seuil, 1959.

LANDA, J. Le pire ennemi de la psychanalyse. Les Temps Modernes, n. 627, p. 255-273, 2004/2.

LEVI, P. Survival in Auschwitz. Nova York: Collier Books, 1986.

EDELYN SCHWEIDSON

Psicanalista, doutora em Psicologia Clínica (New School for Social Research, N.Y). Autora de artigos, organizadora e coautora de Memória e cinzas (Perspectiva).

E-mail: edelyn.schweidson@gmail.com