CONSIDERAÇÕES SOBRE A CLÍNICA DO ISOLAUMENTO: AQUILO QUE SE PERDE E AQUILO QUE SE GANHA

Luiza Cardozo [1]

Um tremendo abalo sísmico, trazido por um Real devastador. Não havia em nós, analistas, qualquer consciência e possibilidade de previsão ou antecipação para tal acontecimento; não tivemos tempo hábil para zelar e garantir alguma proteção para nossos terceiros. É natural que o terceiro analítico (OGDEN, 1996) experimente oscilações e perturbações, no decorrer de uma análise. Mas não tivemos um estágio ou tempo de preparação para as mudanças brutais que viveríamos em nossas vidas, em nossas clínicas e terceiros.

Não há diálogo com o Real; ele irrompe e “simplesmente” nos faz sentir. Senti-LO já é uma parte dele que alcança lugar no Imaginário. Deduções e conclusões possíveis ocorrem, então, num segundo momento. O estabelecimento de uma clínica psicanalítica on-line é aquilo que se cria no “a posteriori”; vem no segundo tempo dessa efetivação do Real da pandemia de COVID-19 que atingiu o Brasil em março deste ano. É resultado da imaginarização de partes do Real que se tornaram passíveis de ganharem sentido.

No “passo seguinte ao choque”, ao se “tatear no escuro”, num “engatinhar” e então no “levantar-se após a queda”, começa a busca por “sobrevivência”: pela manutenção da vida psíquica de cada um de nós e da vida de nossa prática clínica e de nossos terceiros, analíticos e coletivos. A sessão de análise on-line se apresenta como alternativa.

DA CLÍNICA PRESENCIAL À CLÍNICA ON-LINE: SOBRE A RESISTÊNCIA

Quem embarca em uma análise on-line já vem, há algum tempo, significando este barco. Há quem busque indicação de um analista disposto a atender nesse formato, com a intenção de começar uma análise nessa configuração, por convicções de facilidade ou praticidade, em razão da economia de custo ou tempo de deslocamento, por exemplo. E há aqueles que vêm elaborando a ideia da sessão on-line em sua análise presencial, por conta de transições que estariam impossibilitando ou dificultando a continuidade da análise presencial (mudança de cidade, por exemplo). Em ambos os casos, a análise on-line vai ganhando sentido paulatinamente, o que é completamente diferente da reviravolta provocada pela pandemia, por essa expressão do Real que transformou de forma tão violenta e compulsória o enquadramento da nossa clínica, forçando a navegação on-line por tempo indeterminado.

Alguns dos meus analisandos atuaram seu descontentamento, pela pandemia e pelo experimentar desse Real arrebatador, direcionando para mim estilhaços da sua inconformação, em forma de protesto: interrompendo as sessões ou ignorando as minhas mensagens.

Gustavo[2] foi um desses analisandos. Antes da pandemia, o garoto de 18 anos havia acabado de ingressar em duas faculdades e estava muito empolgado com os cursos de Biologia e Engenharia. Toda a sua excitação se devia à jornada dupla; Gustavo acordava antes do raiar do dia, pegava o metrô, depois um trem e só então chegava na faculdade de Biologia. Voltava para casa de carona com seus novos amigos, almoçava rapidamente e seguia para o segundo turno do seu dia, de ônibus ou de skate.

Gustavo passou a se lançar na descoberta de novos territórios depois do falecimento de seu pai, há cinco anos. Por muito tempo, seu passatempo preferido foi invadir prédios abandonados e terrenos baldios; mais de uma vez foi perseguido por viaturas de polícia e cães de guarda! Até hoje, o rapaz carrega consigo uma mochila com diversos itens, indispensáveis para ele: cabo extensor de eletricidade, lanterna e um canivete que ganhara de seu pai.

O sobrenome do rapaz é o mesmo de um ilustre militar e desbravador de tempos passados. Sob as determinações deste nome, herdado de seu pai, Gustavo percorre a cidade em uma jornada metafórica, atuando sob os encargos deste significante.

A mãe de Gustavo é bastante presente em sua vida e parece se preocupar bastante com o filho, apesar de não conseguir, sozinha, controlar suas peripécias. Participou das nossas sessões algumas vezes; sua fala, a princípio, é queixosa em relação às atitudes do garoto; mas logo desata a zombar do comportamento do filho e a caçoar de si própria. Saem da sala rindo, mãe e filho, como se concordassem que não havia nada a ser feito em relação aos impulsos do jovem adolescente e às dificuldades da vida. Se divertem juntos com a tragicomédia que se desenrola desde a morte do pai do rapaz.

Gustavo é muito sonhador. Durante as sessões, fantasia bastante; diz que em breve irá comprar uma moto ou um carro, para “pegar a estrada”, sem destino ou data de retorno. Tem cabelos longos, na altura do peito; fazem “jus” ao sobrenome de herói. Costuma referir a si próprio como bipolar (ou “ariano com ascendente em Gêmeos e lua em Câncer”), em razão de experimentar momentos de maior atividade e euforia e circunstâncias de bastante reflexão e recolhimento.

O adolescente namora há dois anos e já terminou com a namorada algumas vezes. A menina é mais nova do que ele e vive sob as rígidas regras de seu pai. Depois dos términos, Gustavo não tarda em se arrepender e pede para voltar com a garota. Age por impulso, como ele diz. Se a namorada não aceita voltar de imediato, Gustavo deprime e perde o interesse por quase tudo; não suporta a sensação de falta de controle. Se tranca no quarto e não responde a nenhum chamado do mundo exterior, reagindo apenas quando recupera o amor de sua namorada e o comando de sua vida. Em nossas sessões, Gustavo reconhecia os imperativos de seu gozo e o aprisionamento de sua ambivalência; insiste na empreitada que busca conciliar seu espírito aventureiro com as limitações da realidade de um namoro e sua rotina.

Com a medida de quarentena, Gustavo foi obrigado a se distanciar da namorada e a interromper seus afazeres e projetos. Seu ritmo foi compulsoriamente ralentado e o rapaz se isolou em seu mundo interior novamente. Na única vez que nos falamos, Gustavo disse que não se animava com a ideia das sessões on-line; depois desse breve contato, não escutou e não respondeu mais nenhuma das várias mensagens que mandei.

Depois de muita reflexão, supervisão e de sessões de análise pessoal, percebo que Gustavo não silenciou as minhas mensagens, mas sim as minhas exigências. Quando o analista cai na fissura e no deleite de interpretar a resistência do analisando, ele se fecha para os sinais que advém do inconsciente. Em “Além do princípio de prazer” (FREUD, 1920 apud COUTINHO JORGE; FERREIRA, 2005), Freud vai dizer que a resistência provém do eu, enquanto o inconsciente, em vez de resistir, insiste. A resistência, atenta Lacan, é sempre do analista, “(…) é um engodo no qual o analista pode ou não cair!” (COUTINHO JORGE; FERREIRA, 2005). O Real da pandemia trouxe à tona nossos antigos fantasmas e “a posteriori” eu me percebi lançando neste analisando a minha frustração e meus receios por tudo o que vinha acontecendo ao nosso redor. Me excedi nas tentativas de manter as sessões de Gustavo, em vez de considerar a sua resistência como um trabalho de análise possível. Ignorei que o rapaz precisava atuar sua convicção de controle e seu não comparecimento mais uma vez, ante as convocações do Outro.

A CLÍNICA ON-LINE E O TERCEIRO ANALÍTICO

Os demais analisandos que de alguma forma contestaram o enquadramento on-line traziam queixas como: “Eu sou um dinossauro tecnológico”, “on-line eu não consigo me atentar”, ou “em casa eu não tenho privacidade” e, também, “acho que não vou me sentir à vontade”. Mas foi um ponto de vista em especial que mais me chamou a atenção, a respeito da sessão on-line: “prefiro esperar para retomar as sessões presencialmente, depois da quarentena; acho que algo se perde na sessão por vídeo”. A avaliação desse analisando me provocou uma extensa inquietação e reflexão, que tentarei discutir a seguir.

Logo que ouvi tal comentário, pensei: “Algo se perde, no vídeo, mas alguma coisa há de se ganhar”. Foi essa, então, a resposta que eu dei para este analisando. Não entrei em mais detalhes, não apenas por achar que ele precisava sentir e elaborar a minha fala, mas principalmente porque eu ainda precisava me aclimatar com o efeito dessa observação em mim. Aos poucos fui retomando as minhas considerações sobre o terceiro analítico, de Thomas Ogden (1996).

O terceiro analítico diz respeito àquilo que emerge da reunião entre as duas subjetividades que se encontram numa sessão de análise. O terceiro analítico é, então, uma terceira subjetividade que vem surgir desse encontro entre analista e analisando; uma criação/doação subjetiva feita pelo par analítico e por todas as outras forças que estão em jogo, que saltam do Real. O terceiro analítico é agente de uma análise: é a atenção flutuante, as rêveries, abrange a convergência de todas as forças que compõem o encontro analítico a cada momento; “age” como um outro, no par analista/analisando.

A maneira como nos cumprimentamos e nos colocamos um diante do outro, analista e analisando; como nos sentimos, antes, durante e ao término da sessão; o Real que se apresenta num toque de campainha ou numa ventania que sacode a janela e faz ruído na cena. Todas essas forças são passíveis de desestabilizar e recriar, a qualquer momento, o terceiro analítico, que se transforma e se renova, assim como nós, a cada encontro. Seja no enquadre rotineiro da sala de análise ou “dentro” da tela, numa sessão de análise on-line.

RADICALIZAÇÃO DA ANTI-HIPOCRISIA CLÍNICA

A clínica psicanalítica on-line recompõe, em um novo enquadre, o cenário de devastação provocado pela pandemia. Analista e analisando se conectam sob efeito da contemplação e acomodação de seus novos corpos, tentando prematuramente comportar e adequar seus novos membros, para se adaptar à “navegação”.

Depois do fim do mundo, salvos pela “rede”, em universos paralelos, numa inexorável horizontalidade (AVELAR, 2020a), analista e analisando seguem viagem, se aventurando em uma jornada ao centro da tela. Um planeta desconhecido. Uma atmosfera possível. Planeta Isolaumento. Dois settings simultâneos. Os viajantes intergalácticos percorrem a inexplorável vastidão desse novo espaço. Estranho e familiar, como todos os outros planetas. Onde, “logo ali”, havia um portão, uma campainha, o antigo divã, a música da sala de espera, há, agora, o quadrado da tela suportando a perplexidade dessa nova experiência.

Analisandos aguardam em suas próprias casas o chamado de seus analistas. Ou vice-versa. E a sessão muitas vezes se transforma em uma gincana que visa ultrapassar cortes no áudio e bloqueios no vídeo. A grande artimanha do percurso é mais um exemplo das barbaridades do Real brutal do isolaumento: a queda do sinal da internet! Cai o sinal, cai a sessão, caem analista e analisando, cada um para um lado, cada qual em seu espaço de isolamento. Mas seguem juntos, ainda, como “duas crianças igualmente assustadas que trocam suas experiências e que, em consequência de um mesmo destino, se compreendem e buscam instintivamente tranquilizarse” (FERENCZI, 1932, p. 91).

Em consequência de um mesmo destino, analista e analisando podem se encontrar na experiência clínica da mutualidade, trazendo à cena um analista que empresta algo de si em nome da experiência empática (FÉRENCZI apud AVELAR, 2020a); sentindo com e muitas vezes pelo analisando, mantendo a posição de assimetria sem tamponar o furo ou encarnar o Outro da autoridade. O analista vem, então, ocupar um “outro lugar”; se apresentando como testemunha afetiva (VERZTMAN; FERREIRA, 2008), interrompendo a manutenção do desmentido e radicalizando a anti-hipocrisia analítica.

[…] a posição de quem se senta na poltrona não pode jamais ser confortável. […] O conforto seria, por assim dizer, sinal de que alguma coisa grave está passando despercebida. A isso Ferenczi chamou de hipocrisia. Isso é grave porque afasta do processo psicanalítico aquilo que mais fielmente o caracteriza. Se existe uma condição necessária para esse processo é justamente a falta de conforto experimentada pelo analista. A falta de conforto não o resguarda de erros ou enganos, mas pode servir como termômetro (PINHEIRO, 1995 apud CASADORE, 2011, p. 68).

A percepção dos afetos e o jogo afetivo em questão vão abrir uma nova via de comunicação, entre o sensível do analista e aquilo que há de mais sensível do analisando.

AQUILO QUE SE PERDE E AQUILO QUE SE GANHA

A transferência como um processo criador, marcada pela introjeção e pelo alargamento do eu (FERENCZI apud PIZZINGA; ARÁN, 2009), restaura a confiança e a legitimidade da realidade psíquica do analisando, promovendo a construção do eu e do mundo, em uma novidade de presença e de potência.

Trago como ilustração o recorte de uma sessão com um analisando de nove anos. Em nossa primeira sessão on-line, Davi propôs que jogássemos um jogo que ele próprio inventara. O objetivo do jogo era avançar com os peões coloridos, desenhados em cartões de papel, pelo caminho em formato de serpente que atravessava o tabuleiro de papelão – desde a cabeça até o fim da cauda do réptil colorido. Davi precisaria mexer os peões através do tabuleiro, já que o jogo estava posto no “seu setting”. Lançaria o dado, feito de papel e fita adesiva, tanto na sua vez quanto na minha.

Davi e eu nunca havíamos jogado um jogo de tabuleiro. O garoto não suporta a ideia de perder e por isso raramente se dispõe a competir em alguma atividade com seus colegas, na escola ou na natação. Apesar de evitar jogos e partidas esportivas, Davi é extremamente competitivo, principalmente comigo e com sua irmã mais nova; essa rivalidade costuma se revelar através de uma fala questionadora, provocadora e ansiosa, ou através dos desafios que costuma inventar, que lhe garantem a possibilidade de recriar e modificar as regras. Davi aposta em si através de seus desenhos, disputando solitariamente o prêmio de melhor desenhista; elege um adulto de confiança para dar nota ao desenho, convocando sua atenção e aprovação.

O Real do isolaumento estoura nesta cena como um convite ao novo, implicando uma verdadeira revolução ou explosão de potência em Davi. Vai ser jogando este jogo, inventado e gerenciado por ele, que Davi vai experimentar pela primeira vez como é perder e ganhar AO MESMO TEMPO. Eu venço o jogo, mas é Davi quem tira, repetidamente, e para mim, o número seis no dado. Tem sorte por mim, ao escolher as cartas que mudarão o destino do meu peão no tabuleiro. Perde, para ganhar, por mim. Davi se aventura pelas rodadas de um jogo de um tabuleiro pela primeira vez, sem lhe importar o primeiro lugar, apenas curtindo a jornada.

O isolaumento altera a dinâmica das forças do sistema pulsional, refreando as pulsões de permanência, e sobrecarregando, assim, as pulsões de criação ou de destruição (PEREIRA, 2020). O que ocorre, então, é uma mudança de ritmo, do pulsional que constrói, mantém e desorganiza, além de um inflacionamento de certos polos perceptivos (AVELAR, 2020b). A tela do celular ou do computador se sobrepõe fazendo uma função de película (CAMPOS, 2020), trazendo como consequência a maior exposição do analisando e o rebaixamento de seus processos defensivos. Presenciamos o que podemos chamar de “boom” da livre associação. Além disso, são inúmeros os relatos clínicos que expõem casos de analisandos que aparecem diante da câmera de pijamas ou em circunstâncias ainda mais íntimas; perambulam com o celular, e, por consequência, com seu analista, num tour pela própria casa, alargando os limites do setting e da sua privacidade. Mas observamos também o efeito contrário. A tela se impõe entre o par analítico provocando uma vasta desorganização psíquica em certos analisandos, que acabam por se contrair subjetivamente, erguendo novas defesas psíquicas, sucedendo, nos casos-limite, em maciças projeções e fantasias persecutórias.

ENFIM E AINDA

“Aquilo que se perde e aquilo que se ganha” diz respeito a todos esses novos elementos que vêm compor o processo da clínica psicanalítica no novo enquadre on-line; os vestígios das forças do Real do isolaumento que irão confluir na formação de um “novo” terceiro analítico, trazendo outros traços para a cena e compondo o terceiro com uma nova “roupagem”. Dessa forma, a desatenção, a dificuldade do analisando dinossauro tecnológico, a vergonha de se mostrar em vídeo, todos esses fenômenos irão se combinar para compor o encontro analítico no novo enquadre e é disso mesmo que se trata, em uma análise; é essa combinação de fatores que nos interessa. Algo se perde para dar lugar a outra experiência de nós mesmos – analistas, analisandos e terceiros analíticos.

Num esforço generalizado, assim nos encontramos; lutando pela sobrevivência e conservação da ordem; buscando significantes possíveis para simbolizar e manter em cadência as nossas vidas. Encontramos na sessão on-line uma possibilidade.

Virtual é o que pode vir-a-ser. Virtus é uma palavra de origem latina que significa força, poder. Ambos significados vão se relacionar com a capacidade de mobilização ou realização de algo. Virtual é, portanto, um potencial de construção, de transformação. O virtual não contrasta com o que é real, mas sim com o que é atual, já que vir-a-ser se contrapõe àquilo que “É”, no momento presente. Virtual se relaciona, então, com outras duas concepções: as categorias de tempo e de movimento.

O virtual não se opõe ao real, mas sim ao actual. Contrariamente ao possível, estático e já constituído, o virtual é como o complexo problemático, o nó de tendências ou de forças que acompanha uma situação, um acontecimento, um objecto ou uma entidade qualquer, e que chama um processo de resolução: a actualização (LÉVY, 1996, p.16 apud CARNEIRO, 2008).

E não é disso que se trata, o encontro analítico? A análise implica a atualização daquilo que se recorda e no constante vir-a-ser do sujeito e do par analítico (ZORNIG, 2020). É uma aposta sem garantias em seu potencial, encarando e sustentando o que se desconhece, trabalhando as disjunções e o negativo, construindo novos saberes e formas de linguagem. Já não estaríamos, então, desde sempre, numa experiência virtual com nossos analisandos e analistas; fantasiando, imaginarizando, dando formas e roupagens àquilo que não é possível acessar no concreto, ao impossível de ser capturado?

A escuta amorosa do analista acolhe o desamparo e amor-tece a queda (COUTINHO, 2020); perante o desarranjo das vicissitudes básicas – a peste, a morte, o horror, o caos político. Torna possível o trabalho de luto diante da transitoriedade e da finitude dos costumes e da vida.

Nesse desarranjo da nossa atmosfera – nosso lugar de respiração, de produção, de criação e busca de sentido; nós, todos nós – sujeito analista, sujeito analisando, nosso terceiro analítico e coletivo; nós restaremos, agora em um novo enquadre. Esta é uma das grandes riquezas da clínica psicanalítica: a possibilidade de se reinventar a qualquer momento histórico e durante todo o processo.

REFERÊNCIAS

AVELAR, A. Diálogos da prática clínica. Seminário apresentado on-line. In: Zoom, via SPID-RJ. Rio de Janeiro, 2020a (Comunicação oral).

AVELAR, A. Ferenczi e a clínica dos casos-limite. Seminário apresentado on-line. In: Zoom, via SPID-RJ. Rio de Janeiro, 2020b (Comunicação oral).

CAMPOS, B. Impasses clínicos no caos. Seminário apresentado on-line. In: Zoom, via SPID-RJ. Rio de Janeiro, 2020 (Comunicação oral).

CARNEIRO, N. P. Conhecimento virtual. Brasil Escola, [s.d.]. Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/filosofia/conhecimento-virtual.htm. Acesso em: 31 mai. 2020.

CASADORE, M. M. Sándor Ferenczi e a psicanálise: pela errância das experimentações. 2011. 142f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Faculdade de Ciências e Letras de Assis, Universidade Estadual Paulista. Assis, 2011.

COUTINHO, A. Clínica psicanalítica on-line. Seminário apresentado on-line. In: Zoom, via SPID-RJ. Rio de Janeiro, 2020 (Comunicação oral).

COUTINHO JORGE, M. A; FERREIRA, N. P. Lacan, o grande freudiano. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. FERENCZI, S. Diário clínico. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

LAPLANCHE, J.; PONTALIS, J-B. Vocabulário da psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

OGDEN, T. Os sujeitos da psicanálise. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1996.

PEREIRA, M. Impasses clínicos no caos. Seminário apresentado on-line. In: Zoom, via SPID-RJ. Rio de Janeiro, 2020 (Comunicação oral).

PIZZINGA, V.; ARÁN, M. Afeto, intensidade e confiança na experiência analítica: algumas considerações sobre a heterodoxia clínica de S. Ferenczi. Ágora, Rio de Janeiro, v. XXII, n.2, p. 319-332, 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-14982009000200011&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 31 mai. 2020.

VERZTMAN, J. S.; FERREIRA, F. P. O uso do afeto na obra de Sándor Ferenczi. Cadernos de Psicanálise, Rio de Janeiro, CPRJ, v. 30, n. 21, 2008. Disponível em: http://cprj.com.br/imagenscadernos/caderno21_pdf/O-uso-do-afeto-na-obra-de-Sandor-Ferenczi.pdf. Acesso em: 31 mai. 2020.

ZORNIG, S. Sobre a transitoriedade. Palestra apresentada on-line. In: Instagram SPID-RJ. Rio de Janeiro, 2020 (Comunicação oral).

LUIZA CARDOZO

Psicóloga (Universidade Santa Úrsula), neuropsicóloga (Santa Casa de Misericórdia, RJ), membro associado SPID, bailarina e professora de dança.

E-mail: luizacardozo.psi@gmail.com


[1] Isolaumento é um termo proposto pelo psicanalista Marcio Pereira (2020) para se referir ao Real da pandemia; o Real do Isolaumento invade e convida ao isolar-se e ao debruçar-se para dentro de si. O Real do Isolaumento produz o despertar de si e provoca o
impulsionamento das potências de criação e destruição, no sistema pulsional, que, habitualmente, operaria sob a ordem de trindade
(criação, permanência e destruição).

[2] Por razões éticas, os nomes dos analisandos que aparecem nas ilustrações deste ensaio foram trocados.